(foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Uma lista divulgada pela Advocacia-Geral da União (AGU) aponta que pelo menos 3.095 crianças de zero a 11 anos teriam tomado vacinas contra a Covid-19 de forma irregular no Ceará. Os números, segundo o órgão, foram retirados da Rede Nacional de Dados da Saúde (RNDS), plataforma em que estados e municípios registram dados de cartões de vacinação. As supostas irregularidades, conforme a AGU, foram registradas em todas as unidades federativas brasileiras.
De acordo com a tabela divulgada pela AGU, vacinas da Astrazeneca, CoronaVac, Janssen, e Pfizer que não haviam sido autorizadas foram aplicadas em pessoas dessa faixa etária. No caso da Pfizer, imunizantes em sua versão para adultos teriam sido aplicados de forma irregular, já que a Anvisa liberou apenas a aplicação de uma versão específica de doses pediátricas para esta vacina.
No Brasil, de acordo com documento da AGU, 58 mil crianças e adolescentes receberam imunizantes contra a Covid-19 fora dos padrões pré-estabelecidos pelas autoridades sanitárias. O órgão acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão de qualquer campanha de vacinação de crianças e adolescentes em desacordo com as diretrizes do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação (PNO).
Os Conselhos Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) divulgaram, nesta semana, nota conjunta manifestando-se sobre o tema e informaram que “irão examinar de forma meticulosa a denúncia apresentada, haja vista que os sistemas de informação do Ministério da Saúde estão instáveis há mais de 30 dias”.
Segundo os órgãos, nas mais de 300 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 já aplicadas no Brasil, é possível que tenham ocorrido erros como os listados pela AGU. “Tanto podem ser erros de digitação, ou erros dos próprios sistemas de informação, o que impõe cautela e discernimento para a verificação de tais situações”, escreveram.
E seguiram: “Destacamos, ainda, que as recomendações da Anvisa para a aplicação das vacinas contra a Covid-19 em crianças encontram-se em nota pública, onde a agência reguladora afirma que 'as recomendações não possuem caráter mandatório' e que 'são passíveis de ajustes por parte dos estados e municípios'”.
O POVO entrou em contato com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) solicitando posicionamento sobre o tema e aguarda resposta.
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