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Foram afastados preventivamente mais 14 policiais militares (PMs) que se envolveram na operação que deixou 14 mortos — incluindo, 8 reféns — durante tentativa de frustrar assalto a duas agências bancárias em Milagres (a 487 quilômetros da Capital). A decisão da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) desta segunda-feira, 23. O caso completou um ano em 7 de dezembro último.
Todos eles haviam sido denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPCE) e também respondem na esfera criminal. Antônio Natanael Vasconcelos Braga foi acusado de fraude processual, por ter, supostamente, apagado imagens de câmera de vigilância que registraram o tiroteio. Os demais respondem por homicídio qualificado. Respondem pela morte dos reféns Cícero Tenório dos Santos, Claudineide Campos de Souza, Gustavo Tenório dos Santos, João Batista Campos Magalhães e Vinícius de Souza Magalhães os militares Edson Nascimento do Carmo e Paulo Roberto Silva dos Anjos. Já pelas execuções dos assaltantes Lucas Torquato Loiola Reis e Rivaldo Azevedo Santos são acusados: Leandro Vidal dos Santos, Fabrício de Lima Silva, Alex Rodrigues Rezende, Daciel Simplício Ribeiro, José Marcelo Oliveira, João Paulo Soares de Araújo, José Anderson Silva Lima e Sérgio Saraiva Almeida. Somente pela morte de Lucas Torquato Loiola Reis estão sendo acusados Sandro Ferreira Alves, Elienai Carneiro dos Santos, José Maria de Brito Pereira Júnior e Diego Oliveira Martins.
Se condenados, os militares podem ser expulsos da Polícia Militar. Conforme a portaria publicada no DOE, o afastamento ocorre para “garantia da ordem pública e instrução regular do processo administrativo disciplinar”. Eles deverão ter retidos identificação funcional, armas, algemas e “qualquer outro instrumento funcional”.
Em portaria publicada no DOE em 13 de dezembro passado, os outros cinco policiais implicados na ação já haviam sido afastados preventivamente. Cícero Henrique Beserra Lopes, Joaquim Tavares Medeiros Neto e Georges Aubert dos Santos Freitas são investigados por fraude processual. O coronel Henrique, comandante do Batalhão de Choque, e o tenente Aubert, secretário de segurança de Milagres, teriam alterado a cena do crime ao levarem os corpos das vítimas para o hospital da cidade. Já o tenente Medeiros também é acusado de apagar imagens de câmeras. O capitão José Azevedo Costa Neto, por sua vez, é acusado pelas mortes de cinco reféns. O único civil denunciado na "Tragédia de Milagres" foi o vice-prefeito da cidade, o médico Abraão Sampaio de Lacerda. Ele também foi acusado de fraude processual — também teria desfeito a cena do crime.
Com informações do Flávio Pinto
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