As notificações de febre chinkungunya, doença que é transmitida pelo Aedes aegypti (assim como dengue e zika), aumentaram mais de 1.000% no Ceará. Quanto às confirmações de casos, o aumento chega a 710%. Os períodos comparados são as primeiras cinco semanas de 2016 e 2017. Já as ocorrências de dengue caíram 80% e a zika ainda não se confirmou em território cearense este ano. “Ano passado era um cenário diferente, porque o vírus ainda não tinha se introduzido. Não temos ainda o diagrama de controle, por exemplo, que confirma se já existe epidemia. Precisaríamos de dez anos. Em 2014 eram casos importados e em 2016 foi quando houve a introdução”, explica a coordenadora de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde (Sesa), Daniele Queiroz. A coincidência entre os sintomas das três arboviroses ainda tem sido tratada de forma cuidadosa. A coordenadora da Sesa destaca que as ocorrências estão sendo conhecidas na medida em que são registradas. “A literatura fala sobre acometimento, mas ainda estamos conhecendo o perfil desse acometimento”, cita. Um fator já reconhecido é a taxa de cronicidade. Alguns pacientes, conforme Daniele, estão evoluindo na forma crônica da doença, que dura de 12 meses a três anos.
Maiores ocorrências Independência e Baturité são municípios que apresentaram altos números de chinkungunya este ano: 275 e 415 notificações, respectivamente. A secretária da Saúde de Baturité, Cláudia do Carmo Ricarte, diz que 46 casos já foram confirmados através de sorologia e, do total, em cerca de 70% foi colhido material para fazer o exame laboratorial. “Acima de dois sintomas a gente já notifica. Temos pessoas de plantão para notificar”, diz. O aumento de casos, de acordo com a secretária, deve-se à instabilidade política vivida nos últimos quatro anos. Quatro prefeitos e dez secretários da Saúde não conseguiram colocar em prática medidas essenciais de combate ao Aedes aegypti, ela diz. “Com o apoio do Governo do Estado, nós estamos com carro fumacê, visitando os domicílios, fazendo esclarecimentos”, conta. Com informações do Jornal O POVO/Sara Oliveira
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