'Era Tite' começa com cara de Corinthians para pôr fim a tabu e pressão

Pedro Martins/Mowapress
Após dois meses de expectativa, Tite, enfim, estreará no comando da seleção brasileira. A partida desta quinta-feira (1) contra o Equador pelas Eliminatórias, no Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito, marca uma mudança para time e treinador. No entanto, a rotina de pessoas, treinamentos e até esquema tático não será algo tão novo para o comandante.
Tite terá em seu primeiro compromisso uma seleção com cara de Corinthians. Desde a formação da comissão técnica, passando pelos jogadores convocados, até o sistema de jogo, muita coisa lembrará a rotina do treinador nos últimos anos de Parque São Jorge. E isso não ocorre por acaso. O novo comandante da seleção nunca escondeu a opção de ter por perto profissionais da sua confiança – dentro e fora de campo – e um esquema tático que já lhe fosse familiar.
"É um pouco o estilo do treinador. É o mesmo, então vai haver semelhança [com o Corinthians], sim. E nós que não trabalhamos com ele temos que procurar fazer o melhor, o que ele pedir, para a vitória ficar próxima", disse o capitão da equipe, Miranda.
Na formação da nova seleção, Tite coloca em prática muitos conceitos aperfeiçoados nas duas passagens pelo clube paulista, sobretudo a última delas em 2015 e 2016, com o título nacional do ano passado.
Além de uma linha de quatro defensores fixa, com apoios alternados, Tite baseia a equipe em triangulações, além de um jogo de transições rápidas. Nesse sentido, Renato Augusto se mantém como jogador para levar a bola adiante pelo centro. Paulinho, a seu lado, será incumbido de infiltrações, como fez no Corinthians 2012 e como fazia Elias até pouco tempo no mesmo clube.
É de se esperar que Tite conserve uma característica para os três mais ofensivos: um meia armador por uma das beiradas do campo, um jogador com característica de atacante pela outra, além de um centroavante mais avançado. "É algo que muitos clubes de sucesso no mundo fazem. Quero seis na parte ofensiva sempre", explicou o treinador.
Bem ambientado, mesmo com apenas quatro dias de trabalhos com o novo grupo, Tite terá desafios complicados pela frente. O treinador pega uma seleção em situação delicada na disputa – são apenas nove pontos em seis jogos – e encara uma seleção que nunca perdeu no seu país para o Brasil nas Eliminatórias. O Equador jamais tropeçou em casa em 33 anos de duelos com brasileiros valendo vaga para a Copa do Mundo e sustenta uma invencibilidade de sete anos em Quito.
"Estamos falando de um adversário que merece respeito, são quatro pontos a mais que nós na tabela. Nós não estamos em uma posição confortável e que nos deixe confiante. Precisamos jogar futebol, necessitamos de um trabalho consistente. No final, se bem feito, ele pode ser plástico e bonito. Nossa missão é fazer um grande jogo", ressaltou Tite.
Líder das Eliminatórias, o técnico Gustavo Quinteros não chega a ter a mesma pressão de Tite. A maior preocupação do elogiado time equatoriano é a ausência do meia Antônio Valencia, do Manchester United, suspenso. Felipe Caicedo, gripado, perdeu alguns dos últimos treinos, mas não deve desfalcar a equipe.
EQUADOR x BRASIL
Data e hora: 01/09/2016 (quinta-feira), às 18h (horário de Brasília)
Local: Estádio Olímpico Atahualpa (em Quito, Equador)
Árbitro: Enrique Cáceres Villafañe (Paraguai)
Auxiliares: Eduardo Cardoso Escobar e Milciades Saldivar Franco (ambos do Paraguai)
Transmissão na TV: Globo e Sportv
EquadorAlexander Domínguez; Paredes, Gabriel Achilier, Arturo Mina e Walter Ayoví; Christian Noboa, Jefferson Orejuela, Renato Ibarra e Jefferson Montero; Miller Bolaños e Felipe Caicedo
Técnico: Gustavo Quinteros
BrasilAlisson; Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Marcelo; Casemiro, Renato Augusto, Paulinho, William e Neymar; Gabriel Jesus
Técnico: Tite

Pedro Ivo Almeida
Do UOL, em Quito (Equador)

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