Mais de 300 jovens fugiram de centros de internação no Ceará este ano, diz juiz

Foto/reprodução

No domingo (29), outros 10 internos fugiram do Centro Educacional Patativa do Assaré, também na capital, durante uma rebelião. As informações são da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS). Dos 64 internos que fugiram da unidade do Passaré, quatro foram recapturados e um foi levado de volta pelo pai.
No Patativa do Assaré, dois socioeducadores foram denunciados pela coordenação da unidade por terem agredido adolescentes após a rebelião ser contida. Ainda no fim da noite de domingo, houve um princípio de rebelião no Centro Socioeducativo Canidezinho, em Fortaleza, que foi inaugurado em setembro do ano passado.
Segundo o juiz da 5ª Vara da Infância e Juventude, Manuel Clístenes, o número de adolescentes que fugiram de centros de internação somente este ano já chega a cerca de 340. O dado se equipara à soma de fugas de 2014 e 2015, que registraram 150 e 200 internos fugitivos, respectivamente.
“A situação é gravíssima, mas o componente que não havia antes de forma tão acentuada é a desmoralização do sistema socioeducativo. Apesar de haver crise, colapso de vagas e rebeliões, o estado pelo menos conseguia controlar a situação”, diz o magistrado.
No ano passado, uma fuga de grande proporção ocorreu no Centro Educacional São Miguel, localizado na capital, quando 68 adolescentes fugiram. Há cerca de um mês, segundo o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca), 39 adolescentes fugiram do Patativa do Assaré.
No fim do ano passado, o governo cearense pôs em curso o Plano de Estabilização das Medidas Socioeducativas, com ações envolvendo construção e reforma de unidades e ações judiciais, educativas e de saúde, entre outras. Para Clístenes, o agravamento da situação do sistema socioeducativo nos últimos anos mostra que o plano está sem efeito. “Continua havendo mais fugas e rebeliões e o que foi reformado já foi destruído. O plano fracassou.”
Com Agência Brasil.

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