Entre os setores que geraram impactos positivos na indústria local, em janeiro, destaca-se o de outros produtos químicos, com alta de 13,3% (Foto: Fernanda Oliveira/Diário do Nordeste) |
Após apresentar queda em novembro (-3,9%) e avanço em dezembro (0,5%), a produção industrial do Ceará registrou, em janeiro de 2016, uma expansão de 2,4% em relação ao mês anterior, ficando acima das taxas regional e nacional. No Nordeste, a expansão foi de 1,5% em janeiro, enquanto no Brasil foi de apenas 0,4%. O resultado, com ajuste sazonal, foi divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar de apresentar a segunda alta seguida, no acumulado de 12 meses, o desempenho da indústria cearense (-10,1%) ficou abaixo do registrado no Nordeste (-2,8%) e no País (-9,0%). Na comparação entre janeiro de 2015 com janeiro de 2016, a produção industrial do Estado recuou 9,7%. No Nordeste, a retração foi de 3,2%, e, no Brasil, houve queda de 13,8%.
"Em relação a janeiro de 2015, o resultado foi muito ruim. Mas se a gente continuar a apresentar crescimento nos próximos três ou quatro meses, mesmo sabendo que a crise vai continuar dificultando o desempenho da indústria, já se poderia dizer que o pior já passou. Mas ainda é cedo para afirmar", diz Guilherme Muchale, economista da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).
Setores
Entre os setores que geraram impactos positivos na indústria local, em janeiro, destacaram-se os de outros produtos químicos (13,3%) e de metalurgia (3,0%), impulsionados, principalmente, pela maior fabricação de herbicidas e de tubos e canos, respectivamente. Já os maiores impactos negativos foram registrados pelos setores de produtos alimentícios (-14,1%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-8,9%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-12,7%).
Segundo Muchale, a retração dos setores têxtil, calçadista e de alimentos reflete a queda do consumo interno no País. "Para esses três setores, a solução é se voltar para o mercado externo", diz o economista. "O cenário externo é positivo, as economias de outros países estão crescendo, e temos uma taxa de câmbio que favorece as exportações e a nossa competitividade", afirma.
Além disso, Muchale avalia que com uma eventual melhora do cenário nacional, a indústria cearense se recuperaria de forma mais acelerada do que a nacional, puxada, sobretudo, pelos setores de produtos não duráveis, "que apresentam uma recuperação mais imediata".
Brasil
Dos 14 locais pesquisados pelo IBGE, oito apresentaram alta no ritmo de produção em janeiro, com destaque para os avanços registrados em Santa Catarina (3,7%) e no Pará (3,3%). As outras altas foram verificadas na Bahia (2,6%), Rio Grande do Sul (2,5%), Paraná (2,2%) e São Paulo (1,1%).
Por outro lado, Pernambuco, Amazonas e Espírito Santo, todos com recuo de 2,1%, mostraram as reduções mais intensas no primeiro mês do ano.
Fonte: Diário do Nordeste
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