Os apicultores pretendem expandir a atividade para ampliar as exportações da região do Cariri. (Foto: Elizângela Santos) |
Apicultores do Cariri estiveram reunidos, neste Município, para definir formas viáveis de produção de mel e o escoamento do produto. A mobilização está sendo realizada por meio do Fórum de Secretários de Desenvolvimento Econômico da região. A reunião foi realizada com produtores da Vila Feitosa, na localidade, recentemente, e contou também com apicultores das cidades de Lavras da Mangabeira e Caririaçu.
Na ocasião, uma empresa que já atua na região apresentou as atividades desenvolvidas na área de exportação e a possibilidade de fortalecimento do mercado local. Uma das preocupações dos produtores tem sido em relação às estiagens dos últimos anos, que contribuem para a redução na produção. A expectativa é que 2016 supere a média dos últimos quatro anos.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Crato, Venâncio Saraiva, o objetivo desse primeiro momento com os apicultores foi compartilhar experiências exitosas na região. Ele afirma que tem sido realizado um fórum itinerante com essa finalidade. A empresa Matrunita, junto com os apicultores, deverá desenvolver um Arranjo Produtivo Local (APL), com o apoio de órgãos como o Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa do Ceará (Sebrae-CE) e a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce).
Potencial
O potencial melífero atual e empresas que atuam no segmento foram apresentados e os produtores destacaram as condições atuais de trabalho. Muitos não ampliaram a produção por falta de condições de investimentos em equipamentos modernos e adequados para a extração e processamento. A empresa Matrunita, com sede em Crato, é responsável pela produção de mais de duas toneladas de mel por ano, voltada para exportação. Metade é produzida no Cariri. A outra parte, adquirida de Estados vizinhos, como Pernambuco e Piauí.
Para o secretário Venâncio Saraiva, é de grande importância buscar o fortalecimento do segmento para a economia regional, propiciando a integração de instituições e dos produtores, que são peças fundamentais nesse processo. Para os produtores, essa é uma oportunidade que pode dar mais segurança de comercialização, mas eles são unânimes em ressaltar a importância da riqueza do potencial local, ressaltando que a procura ainda é superior à oferta.
Intercâmbio
O secretário enfatiza a importância da atuação do fórum no estímulo aos microempreendedores. Ele diz que a região tem um rico potencial, mas há necessidade de implementar técnica. Essas condições foram apresentadas por uma das empresas que atua na região, com grande número de produtores. Para o secretário de Agricultura de Caririaçu, Alisson Morais Borges, esse trabalho de fortalecimento tem uma grande importância na promoção da qualidade de vida dos apicultores, além de beneficiar os produtores. São cerca de 30 apenas no Município.
Ele disse que será dado apoio principalmente na comercialização. Atualmente, cada apicultor, com a queda na produção, extrai cerca de 100 litros de mel. Com as novas empresas, a produtividade deve aumentar porque os produtores estarão mais seguros para investir em novas áreas.
Expansão
O empresário Dario Chiachiarini afirma que o objetivo é mostrar o trabalho que já vem sendo desenvolvido na exportação de mel. Na área que está sendo trabalhada, por exemplo, há possibilidade de grande produção. A ideia é motivar os produtores para que sejam futuros fornecedores: "A finalidade é que seja uma nova área de produção".
São cerca de 50 fornecedores repassando para a sua empresa, a R$ 10 o quilo. No Ceará, são produzidos cerca de 25 quilos de mel por colmeia, e, nos anos de maior produtividade, pode chegar a 40 quilos. Por ano, a empresa exporta em torno de duas toneladas. "Estamos esperançosos quanto à produtividade deste ano. Em março e abril aguardamos boas chuvas e a expectativa é que 2016 supere a média dos últimos quatro anos", afirma.
O presidente da Associação de Apicultores da Vila Feitosa, Pedro Ferreira Neto, afirma que a maior dificuldade não é produzir, mas ter para quem repassar o mel. A expectativa é ter maior incentivo a partir desse momento, com bons preços.
A associação conta com todos os equipamentos necessários, a exemplo de centrífuga, para desenvolver a produção, mas, por problemas relacionado à falta de condições dos apicultores, ficou parada. Ele disse que tem como aumentar a produção, já que é uma atividade sem muito manejo e não há tanto prejuízo. "O apicultor fica monitorando e vai colher o produto. O difícil mesmo é a venda", afirma. Nos bons invernos, a produção na localidade alcança cerca de 2 mil litros de mel.
Assistência técnica
Já o produtor, Cícero Pereira de Alcântara, há oito anos participa deste mercado e disse que, nos últimos três anos, a produção tem sido escassa. Na sua área, na zona rural de Caririaçu, no sítio Bananeira, ele afirma que são cerca de cinco produtores. Ele explica que o acompanhamento técnico e a capacitação são importantes para enfrentar as adversidades, e o mais positivo é que, nesse momento: a procura tem sido maior do que a oferta. "Temos que produzir mais para atender o mercado", completa.
Fonte: Diário do Nordeste
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